sábado, 22 de agosto de 2009

Do Acidente...

Dias destes dirigia tranquilamente para o trabalho, aprendi que a pressa no trânsito, especialmente em uma cidade como Uberlândia, não tem o menor sentido já que a diferença entre percorrer meu trajeto correndo ou não, significa menos de 5 minutos a mais de viagem, e ainda me faz perder a oportunidade de ouvir mais uma música enquanto me preparo para o dia que inicia.

Neste dia, ao fazer a primeira curva logo na saída da minha rua uma caminhonete vinha na contra-mão de forma acelerada e por pouco não houve a colisão.
Só para alinhar as expectativas, não estou aqui pra falar de uma experiência fora do corpo ou medo da morte ou que decidi desde então aproveitar cada segundo, não é por aí. A situação em si e a velocidade que eu estava provavelmente não feriria ninguém, só a dor de cabeça que uma batida de carro pode dar com conserto, polícia, seguro, etc...

Pensei naqueles 15 segundos, talvez menos. Será que os 15 segundos a mais que aquele motorista ganhou ao fazer uma manobra errada e tão arriscada fizeram diferença no dia dele? Os 15 segundos que eu enrolei um pouco mais enquanto ligava o rádio (que poderia ter sido feito com o carro em movimento), mas que naquele dia só dei a partida depois de escolher cuidadosamente uma música no mp3 player, esses 15 segundos me fizeram falta?

Nesse dia senti que vivi menos, transferi para aquela pessoa 15 segundos do meu dia que teve então 23:45, afinal se fizesse o certo teria que ter contornado o quarteirão e ao invés de gastar 30 segundos na manobra levou apenas 5 para chegar a sua rua destino. Espero que ele tenha feito bom uso.

Sei que evitou um acidente, mas comecei a pensar além disso; situações drásticas fazem a gente valorizar o tempo e a forma como lidamos com as coisas, mas a todo momento ganhamos ou perdemos 15 segundos, 30 minutos, 2 horas, dias, semanas, meses ou anos em coisas aparentemente erradas, perigosas, sem razão ou sentido mas que podem determinar em algum momento da vida um fim, um início, um começo, um acontecimento...

Passei a acreditar que certas coisas são parte de um plano que muitas das vezes a gente não entende. Então, da próxima vez que esquecer uma chave, ou sua carteira, ou qualquer outra coisa que faça você voltar e “perder” tempo, pense além daquele sentimento de incompetência (como pude esquecer isso?!), pode ser a maneira do destino dizer que você precisava “ceder” alguns segundos do seu dia.

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