domingo, 27 de setembro de 2009

Da Luz e Sombra...

A primeira vez que ouvi esse termo de “luz e sombras” se referia a algum estilo artístico de pintura ou algo assim, não me lembro ao certo.
Mas essa semana, voltei a pensar sobre luzes e sombras ao observar a lua. A figura da fase minguante do nosso satélite aparecia no céu em um ângulo que se assemelhava com um sorriso.
O céu sorria pra mim naquela noite e, é claro que estou longe de ter uma vida do jeito que sempre quis, mas alguma coisa dentro de mim dizia que devia confiar e agradecer porque o céu sorria para mim com um ar de “tudo vai dar certo”...
Tentei compartilhar esse momento e esperava que alguém naquele momento olhasse para a Lua com os mesmos olhos, que visse e sentisse o mesmo que eu.
Aquele sorriso alegrou minha noite, e não consegui parar de pensar nele. Luzes e sombras... Basicamente isso definiu o formato da Lua naquele dia com o reflexo da luz dos raios solares e a sombra da Terra sobre a superfície lunar. Assim somos nós.
O tempo inteiro nossa forma se resume a uma combinação de luzes e sombras; na intensidade, ângulo, forma, presença, ausência de cada uma delas sobre nossa alma e nosso espírito. Aquilo que nos é sombra pode nos transformar em uma figura de inspiração para alguém que nos olha sob um determinado ângulo.
Assim como a Lua temos nossas fases onde explodimos em viçosa luz, contagiando e iluminando tudo a nossa volta; normalmente essa fase precede uma fase minguante; onde sombras projetam-se sobre nossa alma e deixamos de iluminar por completo. Apesar da semântica antagonista da frase, não pense que encaro isso como negativo. As sombras nos permitem formas diferentes de nós mesmos, quando revelamos o que somos em pequenas porções para que possam formar seres diferentes provenientes da mesma luz.
Temos fases em que queremos sumir, renovar nosso espírito e se apresentar como uma lua nova, para que depois, de uma forma crescente, possamos caminhar de volta na direção da lua cheia e assim voltar a trazer luz para tudo e todos que estão a nossa volta.
Observe a natureza. Todo ano, os elementos da natureza declaram guerra contra si mesmos: o inverno luta contra as forças da primavera, e isto é tão destruidor como as guerras humanas . Também nós passamos por este processo e, muitas vezes, precisamos morrer por algo que não compreendemos muito bem. Mas, assim como a consciência de uma planta no meio do inverno não está voltada para o verão que passou, mas sim para a primavera que irá chegar, esse deve ser o nosso sentimento. Precisamos acreditar que tudo vai dar certo, que novos tempos virão, que chegaremos até a próxima primavera e que um dia seremos capazes de atingir nossos sonhos.

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